Como nunca antes na história da gestão petista, Dilma Rousseff estava sendo pressionada pela opinião pública naquele 18 de março de 2015. Apenas três dias antes, a maior manifestação política da história do país levou milhões de brasileiros às ruas exigindo o impeachment da presidente recém reeleita. Em resposta ao protesto, o Governo Federal apresentou um “pacote anticorrupção” com destaque para seis medidas que nunca passariam de promessa.
A primeira delas, contudo, soava por demais cínica quando confrontada com o noticiário do ano seguinte. Nela, como se já não fosse algo repugnante, Dilma propunha “transformar a prática de caixa 2 e lavagem de recursos para fins eleitorais em crime“. Já próximo à queda pelo impeachment, tanto João Santana, quanto a esposa do publicitário que elegeu e reelegeu a sucessora de Lula, confessaram à operação Lava Jato que foram pagos pelo caixa 2 da campanha da vencedora.
A mentira, todavia, ganhou ares tragicômicos ao se visitar o perfil da presidente afastada no Twitter. Em março de 2015, ela surgia pregando a criminalização do caixa 2:

Em julho de 2016, já afastada do cargo e diante da confissão de seus marketeiros, a petista não conseguiu nem mesmo negar que o delito tinha sido cometido.

“Não foi com o meu conhecimento” não passa de uma forma minimamente mais sofisticada do que o “não sabia“, bordão preferido do padrinho que a indicou ao cargo.